Manchetes como “Seu olfato pode prever quando você vai morrer“, compreensivelmente, causaram um grande frisson no ano passado. As notícias foram o resultado de um estudo que descobriu o quão bem o funcionamento do sistema olfativo de uma pessoa mais velha pode prever fortemente a probabilidade de morte dentro de cinco anos. As pessoas podem ficar céticas sobre esta conclusão, mas há ciência por trás da loucura: o olfato realmente é ligado a uma ampla variedade de processos fisiológicos no corpo.
Agora, parece que há mais evidências para apoiar esta ideia, já que um novo grande estudo acaba de sustentar essas descobertas.
Para este último estudo, pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, utlilizaram mais de mil adultos idosos de uma gama de etnias. Os indivíduos receberam 40 tiras que deveriam raspar e cheirar, cada uma com um odor diferente. Depois cheirá-las, os participantes foram convidados a identificar os cheiros a partir de uma lista de múltipla escolha exibindo quatro possibilidades diferentes. Os participantes foram, então, acompanhados em intervalos de dois anos, por uma média de quatro anos, usando entrevistas ou o Registro Nacional de Mortes, um banco de dados disponível para pesquisadores com a causa da morte de cidadãos norte-americanos.
Conforme descrito na revista “Annals of Neurology”, durante o acompanhamento, 30% dos participantes morreram. Estes, os pesquisadores descobriram, eram mais propensos a ser mais velhos, do sexo masculino, ter baixa pontuação no teste de identificação do cheiro e ter um diagnóstico de demência. Além disso, a relação observada entre o desempenho no teste e a morte persistiu mesmo depois que coisas como idade, sexo, educação, carga médica, demência, depressão, tabagismo e IMC foram controlados. Aqueles que se saíram pior no teste tinham uma taxa de mortalidade de 45%, em comparação com 18% daqueles com as maiores pontuações.
Limitações
Com estudos como este, há sempre a questão de que eles não podem discernir causa e efeito, apenas identificar associações. Ainda assim, os cientistas sugeriram que, em vez de contribuir para a probabilidade de morte, a redução da função olfatória pode, alternativamente, ser um sinal de alerta precoce de que o corpo sofreu danos. Como o sistema olfativo está relacionado com peças-chave do sistema nervoso central, este dano pode ser significativo.
Por exemplo, o nosso olfato depende da regeneração das células em certas partes do cérebro, tais como o hipocampo, nosso eixo de aprendizagem e memória. Sabe-se que esta capacidade de regeneração diminui com o envelhecimento. Por outro lado, este sistema também nos ajuda a manter nossa saúde, por exemplo, ao nos permitir detectar riscos no ambiente ou manter a ingestão adequada de alimentos por meio do apetite.
Então, ir mal nesse teste significa que você vai morrer em poucos anos? Não, significa apenas que uma associação existe, e que os déficits em nosso sistema olfativo poderiam ajudar a indicar a probabilidade de morte em indivíduos mais velhos. Uma maneira interessante de aproveitar esta pesquisa seria começar examinando diferentes faixas etárias, já que no momento é impossível dizer se estes resultados se aplicam aos jovens ou pessoas de meia-idade.
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