google.com, pub-0652493856279582, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Cientistas reconstroem pela primeira vez o rosto de um homem que viveu há 9.500 anos | Em que Acreditar

Cientistas reconstroem pela primeira vez o rosto de um homem que viveu há 9.500 anos



 

Reconstrução facial baseada nos restos encontrados dentro do Crânio de Jericó. 
Usando um crânio impresso em 3D e o modelo de uma mandíbula inferior masculina de outro sítio arqueológico do Neolítico localizado próximo a Jericó, os especialistas forenses da RN-DS Partnership foram capazes de reconstruir a musculatura facial, usando a reconstrução digital dos restos do interior do ‘Crânio de Jericó’, criando as bochechas, orelhas e lábios de gesso até chegar ao crânio original de mais de 9 mil anos de idade.
 Graças ao trabalho minucioso dos cientistas, o Crânio de Jericó, um dos objetos mais importantes do Museu Britânico, mostrou o rosto de um homem cujos restos foram decorados e venerados em rituais antigos há 9.500 anos. O Crânio de Jericó é o objeto mais antigo do museu, e até pouco tempo atrás, o mais enigmático: um crânio humano incompleto, coberto de gesso deteriorado, com duas conchas nos buracos dos olhos que observam o exterior. Agora, graças às imagens digitais, à impressão 3D e às técnicas de reconstrução forense, os especialistas recriaram o rosto da pessoa dona do Crânio de Jericó. 

Trata-se de um homem de pouco mais de 40 anos, com o nariz quebrado. Uma descoberta sem precedentes O Crânio de Jericó é um dos sete crânios engessados e ornamentados do Neolítico encontrados pela arqueóloga Kathleen Kenyon, em 1953, no sítio arqueológico de Tell es-Sultan, próximo à cidade moderna de Jericó. A descoberta arqueológica, que deu a Kenyon fama internacional, foi publicada pela primeira vez na National Geographic em dezembro daquele mesmo ano. “Com a emoção da descoberta nos demos conta de que estávamos vendo o retrato de um homem que viveu e morreu há mais de 7 mil anos,” escreveu Kenyon, descrevendo aos leitores da Geographic o momento em que encontrou o primeiro crânio. “Nenhum arqueólogo havia imaginado que esta obra de arte poderia existir.” 


Embora apresentem alguns detalhes diferentes entre si, os sete crânios haviam sido preenchidos com areia para sustentar os ossos mais delicados antes de aplicar o gesso úmido para acentuar os traços faciais individuais, como orelhas, bochechas e nariz. Foram utilizadas pequenas conchas para representar os olhos, e ainda havia restos de pintura em alguns dos crânios. Desde a descoberta de Kenyon, foram encontrados mais de 50 crânios como este em sítios arqueológicos do Neolítico localizados entre o Oriente Médio e a Turquia. Embora os pesquisadores pareçam concordar que estes objetos representam uma forma primitiva de adoração aos antepassados, sabe-se muito pouco a respeito de quem foi escolhido, há milhares de anos, para ser imortalizado em gesso. Outros crânios engessados do Neolítico também foram analisados, mas os restos do Crânio de Jericó foram os primeiros impressos em 3D e reconstruídos pelos especialistas. Separando o gesso do osso  

O Crânio de Jericó chegou ao Museu Britânico de Londres em 1954, e o restante dos crânios do Neolítico de Kenyon foram enviados a museus de todo o mundo para que fossem estudados. No entanto, as tentativas para obter mais informações sobre estes objetos foram em vão. O passar dos anos apagou muitos detalhes físicos da cobertura de gesso, e os scanners convencionais de raios X não conseguiram diferenciar o osso e o gesso, devido a sua densidade similar. O resultado era “uma mancha branca em uma chapa de raios X,” explica Alexandra Fletcher, responsável pela conservação do Antigo Oriente na Fundação Raymond e Beverly Sackler, e líder do projeto de reconstrução para o Museu Britânico. Foi em 2009 quando, pela primeira vez, os pesquisadores conseguiram ver os restos humanos sob o gesso, quando o Crânio de Jericó passou por uma tomografia computadorizada. O scanner mostrou um crânio adulto (do qual a mandíbula inferior havia sido removida), que muito provavelmente pertencia a um homem. Ele tinha o septo nasal quebrado e lhe faltavam os molares da parte posterior. O crânio havia sido perfurado na parte traseira para que pudesse ser preenchido com o gesso, e os scanners revelaram inclusive impressões digitais, de 9.500 anos de idade, do responsável por fechar o buraco com argila fina.  


O retrato mais antigo do Museu Britânico ganhou um novo rosto. Em 2016 o Museu Britânico criou um modelo 3D do crânio, usando os dados da tomografia, o que lhes permitiu aprender mais sobre o homem do Neolítico dono do Crânio de Jericó. Por exemplo, enquanto os scanners sugeriam que ele poderia ter o nariz quebrado, o modelo 3D mostrou a gravidade dos danos. A equipe de Fletcher decidiu ir mais além, e criou um modelo do crânio usando uma impressora 3D. Em seguida, eles contrataram a equipe da RN-DS Partnership, uma empresa especializada em reconstrução facial forense. Usando o crânio que havia sido impresso e o modelo de uma mandíbula inferior masculina de outro sítio arqueológico do Neolítico localizado próximo a Jericó, os especialistas forenses foram capazes de reconstruir a musculatura facial usando a reconstrução digital dos restos do interior do Crânio de Jericó, criando as bochechas, orelhas e lábios de gesso, até chegar ao crânio original de mais de 9 mil anos de idade. “É como se tivéssemos revertido o processo realizado no Neolítico,” explica Fletcher, orgulhosa por finalmente ter dado um rosto ao retrato mais antigo do Museu Britânico. https://arquivosdoinsolito.blogspot.com.br/

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