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10 reversões científicas que mudam coisas que pensávamos que nunca mudariam

Seja descoberta na natureza ou obra humana, cada uma dessas reversões muda drasticamente alguma propriedade da vida como a conhecemos. Confira:





10. Reversão acústica

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Todos nós já ouvimos os ecos típicos, mas a verdadeira reversão acústica não existe na natureza. Por exemplo, em uma inversão de som exata, se você gritasse “Olá”, o som iria retornar como “álo” com a onda sonora viajando precisamente em direção a sua boca em vez de se espalhar através do ar, como normalmente faria.
Como dissemos, isso não existe na natureza, mas já inventamos esse tipo de tecnologia, que tem vários usos, tais como quebrar pedras nos rins, rastrear veículos subaquáticos e traduzir um alto-falante para vários idiomas a diferentes ouvintes. Um dos usos mais interessantes Da técnica é para defesa nacional. Ela pode ser usada para atordoar suspeitos que estão mergulhando no oceano carregando explosivos, por exemplo. Ao ampliar e voltar o som do equipamento de respiração subaquática para a própria pessoa, o ruído alto a deixaria tonta e desorientada. Provavelmente seria doloroso também. Mas o eco seria entregue com tanta precisão que não iria prejudicar outras pessoas, animais ou equipamentos perto do alvo.

9. Reversão genital

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Ineditamente no reino animal, cientistas descobriram insetos em cavernas brasileiras excepcionalmente secas onde as fêmeas têm órgãos sexuais que parecem um pênis, chamados de ginosomas, e os machos têm estruturas semelhantes a uma vagina, conhecidas como falosomas. Esta é uma inversão de papéis extrema entre os sexos, que provavelmente inclui as fêmeas coagindo machos relutantes a acasalar por 40 a 70 horas de uma única vez.
Esses insetos são do gênero Neotrogla. Os adultos possuem 2,7 a 3,7 mm de comprimento, com ginosomas um sétimo desse tamanho (o equivalente a um pênis de quase 25 centímetros em um homem com uma altura de 1,75m). Depois de inserir o ginosoma no macho, as fêmeas usam uma cobertura espinhosa para se ancorar firmemente a seu companheiro. O período de cópula longo permite uma maior transferência de sêmen.
Os pesquisadores estudaram como o macho reage a esse acasalamento coercitivo, outra inversão de papéis incomum nesses insetos. Em outras espécies, as fêmeas coagidas se livram do sêmen de machos que não gostam, ou deliberadamente recebem o esperma de outros machos que gostam. Já os machos Neotrogla não têm forma de retaliar, especialmente porque os espinhos na fêmea o obrigam a aceitar o acasalamento.

8. Simetria de reversão temporal

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Todas as ondas de som possuem uma propriedade chamada “simetria de reversão temporal”. Se você enviar uma onda de som através do ar em uma direção, ela pode ser devolvida da mesma forma. Então, se você pode falar com alguém, esse alguém pode falar com você, e cada pessoa vai ouvir a simetria de reversão temporal da outra. Isso também funciona com outras ondas, incluindo a luz visível e ondas de rádio. Mas os cientistas descobriram como girar elétrons apenas em uma direção utilizando materiais magnéticos nas ondas de rádio, quebrando a simetria de reversão de modo que essas ondas não são devolvidas a sua fonte de transmissão.
Até recentemente, porém, os pesquisadores não sabiam como controlar a direção das ondas sonoras no ar para que pudessem ouvi-las sem serem ouvidos. A ideia era criar uma espécie de espelho unidirecional, o que seria uma ótima maneira de espionar as pessoas. Não surpreendentemente, esta pesquisa foi financiada pelo governo dos EUA. Usando esses recursos, uma equipe da Universidade do Texas em Austin concebeu uma solução engenhosa. Eles construíram um circulador acústico, um dispositivo que é como uma estrela do mar com três braços. Os braços são tubos com microfones no final para gravar som que flui através de uma cavidade em forma de anel no centro da estrela. Três ventiladores na cavidade circular obrigam o som a ir em apenas uma direção. Se incorporássemos vários desses circuladores em uma parede, poderíamos ouvir a atividade do outro lado sem que ninguém nos ouvisse. Estes dispositivos podem isolar o som em aviões, estúdios de música, submarinos e muito mais. Também podem tornar sonares e ultrassons mais precisos.

7. Descozinhar um ovo

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Em um processo que leva apenas alguns minutos, os cientistas descobriram como “descozinhar” ovos. Eles acrescentaram ureia, um dos principais componentes da urina, para dissolver as claras de ovo duras (cozidas por 20 minutos a 90 graus Celsius) e, em seguida, colocaram a mistura líquida resultante em um dispositivo de alta velocidade que cria um vórtice. Pronto. O ovo está de volta a sua forma não cozida.
De forma resumida, quando você cozinha um ovo, suas proteínas desdobram de sua forma ordenada e se dobram novamente em uma forma mais desordenada. Os pesquisadores descobriram como separar as proteínas nas claras de ovos cozidos, permitindo que elas se redobrem em sua forma original.
Os cientistas não estudaram isso por motivos culinários, no entanto. A descoberta tem o potencial de transformar processos de fabricação que podem reduzir os custos do tratamento do câncer. Muitas empresas de biotecnologia precisam dobrar proteínas ao desenvolver remédios, e gastam tempo e dinheiro limpando seus tubos de ensaio quando essas proteínas ficam emaranhadas (como acontece com o ovo cozido). Ter algum meio de recuperar esse material seria excelente – eles poderiam desembaraçar suavemente as proteínas muito mais rápido e de forma mais barata do que métodos anteriores, o que foi exatamente o que os cientistas proporcionaram com sua técnica.

6. Reversão de emoção relacionada a memórias

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Pesquisadores já conseguiram plantar falsas memórias no cérebro de ratos. Também, já foram bem sucedidos em alterar o conteúdo emocional de memórias dos animais, tornando uma lembrança negativa em positiva e vice-versa.
Cada lembrança tem componentes que são armazenados em diferentes áreas do cérebro. Por exemplo, o contexto de uma memória (tal como onde algo aconteceu) é armazenada no hipocampo do cérebro, enquanto a parte emocional da memória é retida na amígdala.
Para ver se poderiam alterar a emoção ligada a uma memória de estar em um local específico, os pesquisadores deram a ratos machos ou uma experiência positiva – encontrar uma fêmea – ou uma experiência negativa – receber um pequeno choque elétrico. Em seguida, mudaram a localização dos ratinhos e utilizaram um feixe de luz para evocar essas memórias. Só que, desta vez, cada ratinho recebeu a experiência emocional oposta. Baseados em como os ratos reagiram uma vez que voltaram a primeira localização, os cientistas concluíram que as emoções ligadas à memória tinham mudado. Por exemplo, os ratos que originalmente receberam choques tinham menos medo naquele mesmo local e começaram a procurar uma fêmea. No entanto, isso só funcionou quando os pesquisadores estimularam os neurônios do hipocampo, em que o contexto da memória foi armazenado. Não deu certo quando as células ativadas foram as da amígdala, onde a emoção associada com a memória estava armazenada.

5. Reversão dos continentes individuais em um supercontinente


O último supercontinente, Pangeia, existiu quando os dinossauros ainda vagavam pela Terra. Antes disso, três ou quatro outros supercontinentes se formaram durante bilhões de anos de história do nosso planeta.
Os cientistas sabem que os continentes da Terra se movem continuamente, embora muito lentamente, graças às placas tectônicas. Por isso, pode levar centenas de milhões de anos para um novo supercontinente se formar. Possivelmente 50 a 200 milhões de anos. Isso não impediu que os cientistas fizessem previsões sobre ele.
Segundo as hipóteses formadas, o próximo supercontinente será Amasia, a fusão das Américas com a Ásia. Mas em que ponto exatamente isso vai acontecer? A primeira teoria diz que Amasia vai fechar-se no Oceano Atlântico. A segunda crê que Amasia irá fechar o Oceano Pacífico para formar um supercontinente ao longo do equador, do outro lado do mundo. No entanto, a mais recente teoria afirma que novos supercontinentes sempre se formam em um ângulo reto com seus antecessores. Assim, Amasia se formará no Polo Norte, fechando o Oceano Ártico e o Mar do Caribe. A teoria é consistente, visto que Pangeia se formou em um ângulo reto a partir de onde seu antecessor, Rodínia, se separou. Rodínia, por sua vez, formou-se em um ângulo reto em relação ao seu antecessor, Nuna.

4. Reversão evolutiva

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Osedax mucofloris são vermes com cerca de 2,5 a 5 centímetros de comprimento que secretam ácido nos ossos de baleias mortas para se alimentar deles. Quando os estudaram, os pesquisadores descobriram que todos os vermes nos ossos de baleia eram do sexo feminino. Não encontraram nenhum macho até examinarem uma fêmea sob um microscópio. Vivendo dentro dos tubos das fêmeas, estavam larvas de machos anões, cada um com cerca de 1 milímetro de comprimento. Cada fêmea continha um harém de 30 a 100 machos, que não se alimentavam. Eles passavam toda a sua vida comendo a gema do ovo a partir do qual eclodiram. Este é um dos poucos casos no mundo animal onde indivíduos que se reproduzem sexualmente são pouco mais desenvolvidos do que a fase de ovo. Estranhíssimo.
Mas tornou-se ainda mais bizarro quando os cientistas descobriram uma nova espécie de Osedax (O. priapus) cujos machos tinha revertido a um estado ancestral. Nesta espécie, as fêmeas tinham o mesmo tamanho de outras fêmeas de espécies de Osedax conhecidas, mas os machos eram milhares de vezes maior, quase tão grandes quanto as fêmeas. Os cientistas ficaram surpresos com essa reversão evolutiva, porque acreditavam que os genes para criar adultos machos de um tamanho grande tinham desaparecido por falta de uso. Ao contrário dos seus homólogos anãos, esses machos também se alimentam de ossos. Os cientistas não têm certeza, mas sugerem que os machos maiores evoluíram novamente porque havia menos fêmeas competindo por espaço em ossos no local onde vivem.

3. Reversão de degeneração celular

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Se lembra da água-viva imortal que pode reverter seu corpo a um estágio imaturo de desenvolvimento caso ele seja danificado? Se os seres humanos pudessem fazer isso, os adultos seriam capazes de voltar a serem bebês quando necessário para escapar dos estragos de doenças.
Em outro caso de animais voltando a um estágio mais “jovem”, cientistas da Universidade da Califórnia (EUA) conseguiram reverter a degeneração celular através da injeção de células SIRT3 em camundongos, uma proteína que regula o envelhecimento. A SIRT3 também parece suprimir tumores.
No geral, o dano oxidativo induzido pelo estresse ocorre porque as pessoas mais velhas não canalizam e utilizam o oxigênio em seus corpos de forma tão eficiente quanto as mais jovens, resultando em envelhecimento. Caso esse dano pudesse ser revertido em humanos, poderia prevenir e tratar doenças degenerativas relacionadas à idade como artrite, Alzheimer e doenças cardíacas, e quem sabe até curar o câncer.
Naturalmente, embora a pesquisa tenha sido bem sucedida em animais, não sabemos o quão bem essas técnicas vão funcionar em humanos, especialmente a longo prazo. Mas já é uma grande coisa que esse tenha sido o primeiro estudo a mostrar que podemos reverter o envelhecimento celular, não apenas retardá-lo.
Em uma pesquisa separado, cientistas da Universidade Stanford (EUA) foram capazes de alongar os telômeros de células da pele humana, que inverte o tempo (e envelhecimento) dessas células. O objetivo final desta técnica é o tratamento de doenças que resultam de telômeros encurtados.

2. Reversão do efeito Doppler

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O efeito Doppler descreve a mudança na frequência de ondas sonoras ou de luz conforme você fica mais perto ou mais longe da fonte. Um exemplo comum é a mudança de tom de uma sirene de ambulância ou apito, que soa mais elevado conforme o objeto se aproxima e mais baixo conforme se afasta. Ao inverter o efeito Doppler, podemos criar tecnologias como camuflagem acústica e capa da invisibilidade.
Quando vemos um objeto, estamos na verdade vendo sua luz refletida. Assim, para um objeto se tornar completamente invisível, teríamos de dobrar todos os comprimentos de onda da luz visível em torno dele para que não produzisse nenhuma reflexão e não lançasse sombras. Para tanto, o objeto deve ter um índice de refração negativo. Ondas de luz dobram para trás ao invés de avançar através do objeto. Isto não ocorre na natureza. Temos de criar materiais artificiais, chamados de metamateriais, para controlar o caminho da luz. Materiais com um índice de refração negativo também revertem o efeito Doppler. Normalmente, quando um objeto se aproxima de nós, a frequência de luz aumenta, mudando os comprimentos de onda em direção à extremidade azul do espectro. Com um efeito Doppler inverso (que não ocorre na natureza), a frequência de luz diminui, mudando os comprimentos de onda do azul ao vermelho conforme um objeto se aproxima, e do vermelho para o azul uma vez que se move mais longe.

1. Reversão de galinhas em “dinossauros”

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Do ponto de vista evolutivo, galinhas modernas fazem parte da linha de dinossauros Velociraptor, gênero que viveu 71 a 86 milhões de anos atrás. Em 2009, o paleontólogo Jack Horner criou um burburinho na mídia com a alegação de que tinha a intenção de manipular genes de galinha para reviver algumas características desses dinossauros latentes nos animais.
Com um peso máximo de 15 kg, velociraptors eram pequenos dinossauros que podiam crescer até um comprimento de quase 2 metros e uma altura de meio metro em seus quadris. Embora seus braços fossem curtos demais para voar, suas penas sugerem que seus ancestrais eram capazes de voar. Este dinossauro carnívoro tinha um focinho estreito, com cerca de 30 dentes serrilhados em suas mandíbulas, uma cauda e dois bracinhos que terminavam em mãos, cada um com três garras.
Os dentes, cauda e braços são as características que Horner quer “devolver” em galinhas ativando ou suprimindo os genes apropriados. Assim, o bico do animal se tornaria um focinho com dentes, a cauda cresceria e as asas se tornariam bracinhos com mãos e garras. Este animal não seria um dinossauro, mas sim uma galinha modificada, uma espécie de “galinháptor”. Horner acredita que esta experiência ensinaria as pessoas sobre a evolução. Também pode ter aplicações médicas conforme descobrimos o que acontece quando genes são ligados e desligados no corpo. Até agora, a equipe de pesquisa só estudou o desenvolvimento de caudas em embriões de galinha, que depois são reabsorvidos. 
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