Cientistas teólogos dizem que encarnação e a salvação não são globais, mas cósmicas
Um estudo liberado no final do ano
passado postula que o Universo tem pelo menos 2 trilhões de galáxias, 10
vezes mais do se pensava anteriormente. Os cientistas dizem que a
probabilidade é alta de que uma dessas galáxias tenha um sistema solar
com um planeta que sustente a vida.
Alguns criacionistas insistem que a vida
existe somente na Terra, e apontam ao fato de que nenhuma evidência de
vida extraterrestre tenha sido encontrada. Mas esta não tem sido a
abordagem da Igreja Católica.
O Padre Jesuíta José Funes, então diretor do Observatório Vaticano, disse em 2008:
Bem como há uma multiplicidade de criaturas na Terra, pode haver outros seres, até mesmo inteligentes, criados por Deus. Isto não contrasta com nossa fé, porque não podemos colocar limites na liberdade criadora de Deus.
O Irmão Jesuita Guy Consolmagno, novo
presidente da Fundação do Observatório Vaticano, diz que é somente uma
questão de tempo antes de encontrarmos vida extraterrestre.
Irmão Guy, um cientista planetário que
estudou meteoritos e asteroides, diz que a descoberta irá abrir o
caminho para questões sobre a salvação e como isto está relacionado às
espécies inteligentes.
Se não estamos sós no Universo, quais são
as implicações para nossa história Cristã, na qual Deus se tornou
encarnado em nosso planeta, e trabalhou para a salvação humana?
‘Deus ama seu povo’
“As escrituras dizem que Jesus é o rei do
Universo”, diz o Padre Bill Holtzinger, pastor da Paróquia St. Anne, em
Grants Pass. Padre Holtzinger, que fala e escreve sobre o
relacionamento da fé com a ciência, diz que de qualquer maneira isto é
maravilhoso:
Se não estamos sozinhos, somos muito impressionantes; se somos parte de um cosmos agitado, temos sido agraciados pelo Criador, apesar de nossa pequenez.Alcancei a mesma conclusão: ‘Deus ama seu povo’.
O sacerdote presume que se há outras
vidas no Universo, as chances são de que elas precisam de um salvador.
Rindo ele relembra as civilizações assim chamadas perfeitas, visitadas
pela tripulação nos filmes e séries “Jornada nas Estrelas”. As coisas
nunca eram ideais como pareciam.
“O salvador encarnaria na forma daqueles
que ele está vindo para salvar”, teoriza o Padre Holtzinger. Ele sabe
que a noção de um salvador em outras formas de vida pode se
perturbadora, mas diz que seguiria o padrão feito na Terra.
Ele ainda diz:
As pessoas pensavam que o Mediterrâneo era o mundo todo, então o Oriente e o Ocidente, então o globo. A ciência nos dá mais e mais. Cada vez fica maior e maior.
Uma questão de grau
O Padre Jesuíta Michael Maher, um teólogo
da Universidade Gonzaga em Spokan, Washington, lembra de 1969. Além do
pouso na Lua, foi o ano em que o Papa Paulo VI mudou a celebração de
Cristo Rei para “Festa do Cristo Rei no Universo”, só em caso a vida
fosse descoberta em outros locais.
O Padre Maher pergunta:
O que acontecerá se encontrarmos vida em Marte? Não seria diferente de que encontrar os chineses na idade das descobertas. Se o ‘evento Jesus’ começa em Jerusalém, ele se expande e a expansão no espaço é só uma questão de grau, e não uma coisa totalmente nova.
Quando os missionários católicos
encontraram a civilização chinesa, ela era mais avançada do que a
Europa. O Padre Jesuíta Matteo Ricci escreve sobre as pessoas
profundamente morais que nunca haviam escutado sobre os Dez Mandamentos
ou as Bençãos. Aquele foi um problema teológico a ser resolvido. A
questão finalmente ampliou a ideia do poder de Deus para todos e revelou
a natureza em várias frentes da bondade, beleza e verdade.
Para os europeus no Século XVI, a jornada
atravessando o Atlântico não foi diferente do que nossas esperadas
viagens através do espaço. O Padre Maher lembra seus alunos que os
europeus chamaram as Américas do Norte e do Sul de “O Novo Mundo”.
Um evento cósmico?
O Padre Jesuíta Christopher Corbally,
presidente do Comitê Nacional para Astronomia no Vaticano e membro da
União Astronômica Internacional, diz que São Tomás Aquino e São
Bonaventura pavimentaram a estrada no Século XIII para uma compreensão
ampla da criação.
O Padre Corbally, que trabalha no Observatório Vaticano – Universidade do Arizona, diz:
Eles colocam mais enfase na encarnação ser cósmica. A ideia é a de completar o cosmos em Cristo. A encarnação não é um evento com base na Terra; é um evento cósmico.
Deveríamos nós humanos sentirmos menos
valorizados, já que podemos estar entre uma multidão de formas de vida
conscientes entre as galáxias? A resposta é não, de acordo com uma
longa linhagem de pensadores católicos.
Em meados do Século XIX, um
padre-astrônomo chamado Angelo Secchi estava observando o enorme
esplendor do Universo e especulou que Deus e o amor de Deus também não
deve ter fronteiras. O Jesuíta agora tem uma cratera em Marte com seu
nome.
Padre Corbally diz:
Pense nos bilhões de pessoas na Terra. Como poderia Deus possivelmente amar a mim? Bem, você e eu teríamos dificuldades em lembrar todos os nomes e faces. Mas não Deus. O que esquecemos é que Deus é infinito. Deus pode amar a todos, seja lá onde estiverem no Universo.
O Padre Funes, ex-chefe do Observatório
Vaticano, confirma a ideia de que o amor de Deus não tem fronteiras, mas
não está pronto para aceitar a ideia da encarnação em todos os lugares.
Funes disse à Agência France-Press em 2015:
Após ler este artigo, que trata somente de uma religião, pode-se imaginar as complicações que seriam trazidas à este mundo quando se considera o impacto que a revelação extraterrestre causaria às inúmeras religiões nele fundadas, mesmo aquelas que se dizem preparadas, sem mencionar as implicações políticas e econômicas. Desta forma, fica fácil entender o porquê daqueles que estão no poder não quererem admitir aquilo que é óbvio:A descoberta de vida inteligente não significa necessariamente outro Jesus. A encarnação do filho de Deus é um evento único na história da humanidade, do Universo.
Não estamos sós no Universo.
FONTE
E se cada mundo tiver o seu Cristo?
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