Veja abaixo um artigo encontrado no site católico patheos.com, que trata (novamente) deste assunto:
Estou completamente fascinado com a questão, “Há alguém lá fora?”
–Pe. Brian Reedy SJ
A Administração Nacional de Aeronáutica e
Espaço dos Estados Unidos (NASA) capturou a atenção e imaginação de uma
audiência global no final do mês passado, quando seus cientistas
anunciaram a descoberta de sete planetas orbitando uma estrela batizada
de TRAPPIST-1 (um acrônimo para Transiting Planets and Planetesimals Small Telescope).
Estes planetas estão a um mero 40 anos-luz da Terra, todos os quais
possuem o tamanho da Terra, e três deles estão na zona habitável, o que
significa que suas posições relativas à sua estrela mãe sugere que podem
ter água no estado líquido, e temperaturas capazes de sustentar a vida,
tal como a conhecemos.
As manchetes foram sensacionalistas:
algumas quase anunciando a descoberta de inteiras civilizações
alienígenas; a maioria se aproveitando do momento para vender suas
edições, com variações sobre o tema como, “‘Incredible’ Star System Could Hold Life“ (Sistema Estelar Incrível Pode Ter Vida), e com histórias de acompanhamento anunciando, “The Prospects for Life on TRAPPIST-1 Keep Getting Better” (Os Perspectivas para a Vida em TRAPPIST-1 Continuam a Melhor) e “Soon, We’ll Know if there’s Life on TRAPPIST-1’s Exoplanets“ (Logo Saberemos Se Há Vida nos Exoplanetas de TRAPPIST-1).
O interesse não é somente científico, mas também teológico, com um jornal eletrônico de assuntos católicos, Crux, na língua inglesa, segurando seu fôlego enquanto perguntava, “Could Catholicism Handle the Discovery of Extraterrestrial Life?” (Poderia o Catolicismo Lidar com a Descoberta de Vida Extraterrestre?)
O fato é que tal especulação não é nova, nem controversa.
Os gregos antigos se dividiram nesta
questão, a qual eles trataram como uma coisa científica especulativa; a
literatura árabe no alto período islâmico entreteve a ideia em ficção
(de forma notável na parte das “Aventuras de Bulokiya” das “Noites das
Arábias”, nos contos da 486ª à 537ª noite; Nicholas of Cusa abertamente especulou que alguns corpos celestes, pelo menos, quase que certamente seriam habitados; C.S. Lewis escreveu uma Trilogia Espacial no meio do último século.
O melhor ponto de partida para reflexão sobre a fascinação do mundo antigo com este tópico é o The Extraterrestrial Life Debate: Antiquity -1915 – A Source Book, (O Debate Sobre a Vida Extraterrestre: Antiguidade -1915 – Uma Fonte) Editado por Michael J. Crowe.
E assim, se você está se perguntando se a
descoberta de vida extraterrestre apresentará um desafio para dogmas
básicos da fé católica, então a resposta é que não apresentará um problema real. Não há nada novo (sob o Sol) sobre as questões de que tal descoberta poderia produzir.
Porém, a recente descoberta oferece uma
ocasião para pensarmos seriamente e fazermos perguntas desafiantes sobre
a vida, o Universo, e nosso lugar nele…
O Padre Brian Reedy conclui:
Se eu aceitar o fato de que não há ninguém lá fora, então – meio que racionalmente – sentiríamos falta deles, e nos sentiríamos sós…
Primeiro: a ciência por detrás da descoberta é, por si mesma, impressionante.
Padre Brian Reedy, um biofísico, que –
junto com seus alunos na Escola Preparatório Cristo Rei, em Houston, no
Texas – projetou experimentos que têm sido conduzidos a bordo da Estação
Espacial Internacional, e atualmente ele está para obter um PhD em
Teologia Moral na Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma, explicou:
O que realmente sabemos é fruto de dedução: é modelado a partir de dados.Não os vimos, e não os veremos por algum tempo, porque eles estão muito distantes. O que vemos são mudanças na intensidade das estrelas.Somente pense na complexidade para focar no sinal firme, procurando por variações. Há muitas coisas para se maravilhar nesta história… a própria ciência é fascinante.
Ele também se refere às questões que a
descoberta propiciará na intercessão da religião com a ciência,
inclusive como poderíamos compartilhar o Evangelho com uma raça
extraterrestre, por que poderíamos compartilhá-lo e para que finalidade;
se os alienígenas poderiam ser capazes de incorporar no Corpo de
Cristo, tanto como uma questão de eclesiologia quanto de economia
sacramental; e que orientações poderiam haver para uma eventualidade na
história da Igreja e na tipologia das escrituras.
O Padre Reedy oferece algumas respostas
surpreendentes e desafiadoras, especialmente com respeito ao desejo de
saber, de uma vez por todas, se estamos sós no Universo. Ele disse:
Eu acho que – eu diria que há duas causas para isso: uma é somente curiosidade natural – como, quando você olha para o espaço, e você vê sua vastidão, e você vê todas estas pequenas estrelas e que todas elas podem ter planetas – e você imagina, ‘Há alguém lá fora? e este é um tipo de questão.‘Estamos sós no Universo?’ Este é um tipo diferente de questão diferente. ‘Há alguém lá fora?’ Eu me relaciono a isso fortemente. ‘Estamos sós no Universo?’, eu não me relaciono com esta questão, e penso que – parcialmente – a coisa que está faltando é que, na civilização ocidental agora vivemos num tipo de Universo forçosamente depopulado. Para a mente medieval, a criação era profundamente populada com outros seres, seres espirituais: assim a média cristã acreditava ter um anjo da guarda, que era realmente um companheiro racional dele e de sua vida, e acreditava em seres angélicos e coisas assim, que populavam o Universo; mas também, o tipo de sentido real de ir à missa e saber que toda a comunhão de santos estava presente com você na hora da missa.
Ele ainda apontou, em referência estrutura gramatical encontrada em textos de oração impressos no missal:
São colocações interessantes, mas se o Universo é populado por seres espirituais, quem está pilotando os discos voadores? Certamente o Padre Reedy não quis dizer que há somente seres espirituais lá fora, mas sim que a igreja católica está, desde sempre, acostumada a lidar com coisas extraterrestres.Há ainda os plurais. Mesmo se o sacerdote for forçado a rezar a missa sozinho, por não haver uma congregação, ele ainda usa os plurais, porque ele ainda sabe que todos estão ali – assim, você não está só – você nunca está só – e assim eu não me relaciono àquela [questão] porque acho que a dimensão ‘Estamos sós?’ esta vindo parcialmente do fato que nosso Universo ter sido tão radicalmente depopulado, e relativamente em tempos recentes.Acredito que estamos naturalmente sintonizados com a verdade, e acredito na comunhão dos santos e nos seres espirituais, e assim, portanto, penso que temos um sentido de que eles estão lá.
Tomara que todas as outras religiões também aceitem de forma natural quando a verdade vier… e ela virá, pode ter certeza.
FONTE
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